sábado, 25 de julho de 2009

Quanta crueldade!

Nas visitas que fiz no mês de junho, pude perceber muitos absurdos e derespeitos ao direitos da gestante. Mas, um caso em particular me deixou deveras indignada com o que passou uma mãe. Depois de muita luta, humilhação e sofrimento ela conseguiu dar à luz uma menina, que sofreu junto com a mãe, pois pela demora na realização do parto, chegou a evacuar e como consequência engoliu a água suja.
Quando enfim a menina nasceu, a mãe na sua ansiedade em ter sua filha nos braços, pediu para ver a filha, porém esse direito lhe foi bruscamente negado, e ela só pode ver a filha dois dias depois, ainda no horário de visita. O bebê não lhe foi mostrado, mas com grande naturalidade lhe mostraram um pedaço se carne e sangue (mioma) que tiraram de seu útero. Quanto crueldade para profissionais da saúde; são humanos ou será que são robôs?
Essa mãe também implorou para poder falar com seu marido, mas isso também lhe foi negado, contrariando assim a Lei 11.108/2005, que garante à paturiente ter a companhia de alguém de sua escolha.
Absurdo maior, era quando a mãe ia visitar a filha e não conseguia esconder as lágrimas. A enfermeira pedia pra ela sair, pois estava passando energia negativa pra filha, e se continuasse assim a filha dela poderia morrer.
Está escrito no ECA Art. 12, que os estabelecimentos de sáude devem proporcionar condições para que um dos pais ou responsável, possa aompanhar em tempo integral a criança ou adolescente.
Depois de 6 (seis) dias de internação, a menina faleceu por volta das 03:00hs de domingo, mas a mãe só ficou sabendo quando chegou pra visita das 14:00hs na segunda-feira e se deparou com o berço vazio.
Neste texto que escrevo, jamais vou consegui passar a dor dessa mãe e acredito que nada possa diminui-la. Mas tenho esperança de que um dia isso não aconteça mais em Ferraz de Vasconcelos.

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