segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Ações preventivas ajudam a reduzir mortalidade infantil

Por Felipe Pupo- Foto de Vanessa Rodrigues




A taxa de mortalidade infantil é um termômetro que avalia as condições sociais de determinada localidade. Se o índice está elevado, é porque a condição de vida da população está precária. Assim, são motivadores os resultados da pesquisa realizada pela Fundação Seade, que registram a queda no índice de mortalidade infantil em Santos.
O levantamento mostra que a cidade teve, em 2008, a menor taxa de mortalidade infantil desde que o indicador começou a ser divulgado. O índice registrou 12,5 óbitos para cada mil crianças nascidas vivas. A taxa ficou inferior à média estadual, que atingiu 12,6. O resultado aponta uma redução de 21,7% dos casos de mortalidade, em comparação com o mesmo período de 2007. "Foram realizados investimentos no tratamento da água, nas campanhas de vacinação e saneamento básico. Com isso, houve uma queda brusca no índice de mortalidade. Nos anos 80, o índice chegava ao patamar de 30 mortes por mil crianças nascidas vivas. Hoje, a taxa se encontra abaixo de 13 mortes/por mil. Agora, é necessário aplicar outras medidas, para reduzir a taxa para um digito, que é a meta da Prefeitura", destaca o secretário de Saúde do município, Odílio Rodrigues Filho.
Nos últimos 20 anos, os índices da Fundação Seade apresentaram uma queda gradativa na cidade. Nesse período, a ocorrência de mortes por mil crianças nascidas vivas passou por altos e baixos. Em 1988, morreram 26,6 bebês para cada mil nascimentos. Em 1990, essa taxa disparou e atingiu a marca de 33,9 por mil nascidos vivos. Em duas décadas a redução da taxa foi de 53%. O secretário reconhece que a luta contra a mortalidade infantil é um trabalho incessante. Ele explica que o grande desafio do poder público é trabalhar com as diferenças sociais existentes na cidade. "Algumas regiões necessitam de um trabalho mais consistente do poder público, como são os casos do Centro, Vila Nova, os morros e alguns bairros da Zona Noroeste. Para construir uma equidade no sistema público de saúde, é necessário apostar em alguns programas de saúde que aproximem o atendimento público da população", afirma.

Programa Saúde da Família
O projeto escolhe pessoas que moram na própria comunidade para trabalhar como agentes de saúde, que visitam as casas das pessoas, prestam assistência e agendam consultas para os moradores. "A principal vantagem é que ele permite ao agente de saúde identificar os verdadeiros problemas da população. A proposta é criar um vínculo entre o sistema público de saúde e a sociedade. Com isso, o agente pode acompanhar a carteira de vacinação da criança, conferir a frequência da gestante no pré-natal e até solicitar a visita de um enfermeiro ou médico para solucionar problemas mais graves".

Neonatal
Outro dado importante na pesquisa da Fundação Seade é o índice de crianças que morrem durante as primeiras quatro semanas de gravidez (28 dias), conhecido como mortalidade infantil neonatal. No levantamento da entidade, morreram 7,2 bebês para cada mil nascidos vivos, nessas condições. "Orientamos as gestantes a realizar pelo menos sete visitas durante a gravidez. Em Santos, mais de 80% das grávidas fazem parte do programa. O ginecologista ou obstetra também aponta qual é a gestante de risco. Diante disso, é feito um acompanhamento especial para orientar esses casos mais problemáticos.

Adolescência
Também é realizado atuar na sociedade com campanhas de orientação para evitar a gravidez na adolescência. "As garotas que engravidam precocemente podem apresentar riscos na gestação. Por isso, o poder público promove campanhas de sexo seguro, uso de preservativos e orientação nas escolas. O objetivo é explicar as desvantagens da gravidez nesse período da vida".

Soluções
Já nos casos de risco eminente, a Prefeitura também aposta em um programa de acompanhamento intensivo chamado "Recém-nascido de Risco". A proposta do projeto é avaliar e classificar os bebês nas maternidades públicas, de acordo com os critérios sociais, biológicos e psicológicos. Quando é identificado um caso de risco, a criança sai da maternidade e passa por um acompanhamento médico por seis meses.





Quem ama protege. E não existe método mais eficaz de proteção ao bebê do que o aleitamento materno. Esse é o dado que aponta uma pesquisa feita em Gana, na África, com 10.947 recém-nascidos. A amostragem revelou que 22% das mortes seriam evitadas se os bebês fossem alimentados com o leite materno durante a primeira hora de vida.
De acordo com a pediatra Keiko Teruya existem diversas questões sociais que interferem no aleitamento materno. "A mulher não é orientada durante a sua vida sobre os benefícios da amamentação. Desde a infância, a pessoa começa a formar idéia que o aleitamento pode ser substituído por outros métodos, como a mamadeira. É a cultura da não amamentação".
Para tentar mudar essa realidade e conscientizar a sociedade sobre a importância do aleitamento no desenvolvimento da criança, acontece a 18ª Semana Mundial do Aleitamento Materno, de 1º a 7 de agosto. Neste ano, mais de 120 países vão participar da iniciativa. No Brasil, o evento é coordenado pelo Ministério da Saúde e conta com o apoio da Sociedade Brasileira de pediatria.
O tema do evento é "O Aleitamento Materno em Situações deEmergência". A proposta é apontar caminhos que garantam a proteção de crianças diante das tragédias, como terremotos, enchentes, guerras e outros.
Em Santos, a população vai ter a chance de conferir uma série de eventos durante a semana, como o concurso de frases, desenhos e depoimentos de alunos e professores na escola pública, Fórum de Aleitamento Materno no Senac, com os representantes da rede de amamentação da Baixada e a 3ª Festa da Secretaria de Higiene e Saúde. "Esse evento dá visibilidade para as ações realizadas no âmbito da saúde nos municípios. Queremos atrair a sociedade para os nossos projetos e valorizar a dedicação das mães na criação dos filhos", afirma o secretário de Saúde, Odílio Rodrigues Filho.
Já a pediatra Keiko Teruya deu a receita para a criação da criança nos primeiros meses de vida. "O ideal é que a criança se alimente apenas com o leite materno até os 6 meses. A evolução do bebê é sugar, deglutir, mastigar e engolir. A amamentação é o princípio de tudo, por isso, eu costumo dizer que o caminho para a construção da saúde começa pela amamentação".

Achei este texto interessante, informativo e esclarecedor, então compartilhar e fazer o bem se multiplicar.

Leila S Ribeiro Uzum

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